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quinta-feira, 21 de julho de 2011

Ler para esquecer

Fiat lux, adoro estas horas vagas  na rede, surfo na rede. Entre o ato contínuo - vagas e  redes, me vejo diante da poesia de Ribeiro Couto.
Leia mais em: http://www.revista.agulha.nom.br/rib.html#inicio

Ribeiro Couto
http://www.casaruibarbosa.gov.br/dados/DOC/literatura/ribeiro_couto/arquivosliterarios_ribeiro_couto.htm

Ilha distante


Ilha de melancolia,
Sem portos e sem cidades —
Só praias de areia fria
E coqueiros com saudades;

 
Praias de uma areia morta,
Conchas que ninguém apanha,
Coqueiros que o vento corta,
Brandido por mão estranha;

 
Morta já à flor da onda
A espuma a sumir na areia;
Nenhuma voz que responda
Aos ais que o vento semeia;

 
Ilha deserta, deserta,
Nem sequer junto a outra ilha;
E à noite uma luz incerta
Que não se sabe onde brilha;

 
Ilha de um só habitante,
Com seu mar fora do mundo,
Mar que na maré vazante
Cava cem braças de fundo —

 
Ainda hás de ser a alegria
De um vaporzinho cargueiro
Que a ti chegará um dia
Perdido no nevoeiro.


Publicado no livro Entre Mar e Rio: poesia (1952). Poema integrante da série Litoral Bravio.
In: COUTO, Ribeiro. Poesias reunidas. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1960. p.422
  

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