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terça-feira, 18 de março de 2008

Oswaldo Rodrigues Cabral

 OSWALDO RODRIGUES CABRAL nasceu no dia 11 de outubro de 1903, na cidade de Laguna, SC. Médico pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil (1929), diretor do Hospital Municipal de Joinville (SC), Deputado Estadual (1947/54), presidente da Assembléia (1954), docente livre da Faculdade de Direito de Santa Catarina (1952), professor da Faculdade Catarinense de Filosofia, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, dos Instituto(s) Histórico(s) de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, Paraná, da Associação Peruana de Folclore, da(s) Academia(s) de Letras de Santa Catarina, Piauí e Paraná, da Comissão Catarinense de Folclore e de outras entidades culturais nacionais e estrangeiras, recebeu diversos títulos honoríficos, Oswaldo Rodrigues Cabral publicou inúmeros títulos, é autor de :
- A medicina teológica e as benzeduras . 
- Vocabulário do consultório médico.
- A medicina caseira(1952). 
- A respeito dos corações e dos a pão-por-Deus.
- Os santos nas lendas marítimas catarinenses.
 - Os açorianos.
 - Antigos folguedos infantis de Santa Catarina.
 - Contribuição ao estudo dos folguedos populares de Santa Catarina.
- História de Santa Catarina
- Medicina, médicos e charlatões do passado
- Raízes seculares de Santa Catarina
- Brusque
- Os juízes de fora
- Jesuítas em Santa Catarina
- João Maria - História da Campanha do ex- Contestado
- A música em Santa Catarina no século XIX
- Nossa Senhora do Desterro 1 Notícias
- Nossa Senhora do Desterro 2 Memória

domingo, 16 de março de 2008

A farra do boi é crime

A farra do boi é crime. Tradição ibérica mantida pelos descendentes de portugueses e açorianos no litoral de Santa Catarina, a farra do boi sempre foi um caso de polícia.  Cenas de maus tratos, e toda sorte de abusos contra os animais, são divulgadas pela imprensa.  
Em seu livro - Nossa Senhora do Desterro Memórias - Oswaldo Rodrigues Cabral relata: "além do carnaval, com os seus distritos, o povo se divertia ainda com o Boi na Vara. Uma sobrevivência das touradas à corda, ou do boi solto, que se fazem nos Açores. Lá uma prova de agilidade e uma prova de coragem; aqui, deturpados, um misto  de perversidade e corvardia. ..."

A tradição de espancar e maltratar o boi continua, com a imprensa fazendo o seu papel de denunciar e o povo de resistir. Todos os anos, com a repercussão e todo o alarde que se faz, a farra do boi cresce e ganha uma nova roupagem; a farra do boi ganha status , deixa de ser um caso de polícia e passa a ser um caso de resistência cultural. Continua  violenta: apaixonados,  oportunistas de todos os quilates fazem a farra da imprensa, defendendo ou condenando todos ganham visibilidade - o boi, os farristas, os políticos e os defensores dos animais. 

A educação é a única porta, para suplantar a violência e mudar uma comunidade. Não adianta cartaz, roqueiros, ativistas de plantão. Educar para paz e tolerância é o caminho.

Vide CABRAL, Oswaldo Rodrigues
Nossa Senhora do Desterro - 
Memória 2 página 203 - O povo se distrai, mas nem sempre se diverte.


domingo, 2 de março de 2008

Uma encadernação nada vistosa


Um livro encadernado com pele humana, datado do início do século XVII, foi vendido por 5.600  libras em um leilão na Inglaterra no ano passado. A pele que encaderna o livro pertence ao padre jesuíta Henry Garnet, que foi enforcado em 1606 pela sua alegada participação na "conspiração da pólvora".
A conspiração foi um plano elaborado pelo católico Guy Fawkes que tentou explodir o parlamento inglês e destruir o rei protestante, James I .
O volume se torna ainda mais sinistro quando se lê o título - "Um verdadeiro e Perfeito Relatório Contra o Falecido Bárbaro Traidor, Garnet, um Jesuíta e os seus Conferedados". Na capa, parece visível o rosto de um homem, afirma-se que é a pele do rosto do próprio Garnet.
O livro foi impresso e encadernado por Robert Barker, impressor real, meses após a execussão do padre .  O seu expectro continua por séculos e sua última aparição esta no próprio volume, a imagem aterradora que aparece na capa revela os pelos da barba, e seus grandes olhos, segundo   Sid Wilkinson, porta voz da casa de leilão, onde se realizou a venda - a imagem que aparece na capa não foi produzida, trata-se de um enrugamento natural devido o tempo.
Embora tenha sempre alegado sua inocência, Garnet conhecia alguns dos conspiradores, e sabia do seu plano através de um outro padre que o relatou durante uma confissão. Sua determinação em manter o segredo lhe custou a vida.
A encadernação com pele humana foi bastante comum até o século XIX, também conhecida anthropodermic bibliopegy. Estes modelos históricos se encontram nos setores destinados as  obras raras das bibliotecas européias e americanas. A maioria destes livros são referentes a medicina. Dr. John Hunter (1728 - 1793), famoso anatomista, considerado o pai da cirurgia moderna inglesa, encomendou um livro sobre dermatologia encadernado com pele humana.
 A pele utilizada frequentemente era retirada de um prisioneiro, particulamente de um assassino, de um indigente, ou de qualquer um que a família não reclamasse o corpo. Os assassinos condenados a morte tinham sua pele curtida e  utilizada na encadernação dos autos do processo.
Felizmente nossa sensibilidade é muito diferente hoje, nos permite olhar e sentir repulsa diante de uma encadernação nada vistosa.