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sexta-feira, 26 de outubro de 2007

História universal da destruição dos livros - Das tábuas sumérias à guerra do Iraque


Fernando Baez : Os intelectuais são os piores inimigos dos livros. Baéz o autor venezuelano, publica um estudo sobre a destruição dos volumes que inclui desde ás tábuas sumérias a guerra do Iraque”. Pela ordem: Juan Solis, o Universal, os insetos, o fogo , a água, o tempo, contribuem em maior ou em menor escala para a destruição de milhões de livros ao longo da história. No entanto ao tentar identificar os maiores inimigos dos livros, Fernando Baéz não duvida em apontar os intelectuais. Sessenta por cento dos desastres bibliográficos foram intencionais. Não foram os bárbaros, os ignorantes ou o povo inculto os maiores incineradores de livros senão os intelectuais, que estavam por trás das grandes ditaduras que queimam livros. Em 213 a.C, o imperador chinês SHI HUANDI, assessorado pelo filosofo LI SI, mandou queimar os livros do passado e os autores foram enviados para construção da Grande Muralha. Os exemplos abundam. Conta Baéz que em maio de 1933 os nazistas queimaram livros incitados pelo filólogo Goebbels. Um dos mestres que apoiou a resolução foi Martin Heidegger. O autor, considerado uma autoridade na história das bibliotecas dedicou 12 anos de sua vida para documentar a destruição dos documentos o resultado é o tomo – História universal da destruição dos livros das tabuas sumerias a guerra do Iraque.
Quando criança Baez presenciou a inundação da biblioteca de sua cidade natal, São Felix da Guiana, na parte oriental da Venezuela, onde estavam guardados os primeiros exemplares dos jornais de seu pais, o correio do Orinoco. “A destruição deste arquivo marcou minha vida. Este livro não é outra coisa que a resposta que tenho tentado dar a esse grande enigma, a essa grande dor da infância. Foram 14 rascunhos e 12 anos de trabalho” . Baez trabalha atualmente no Centro Mundial de Estudos Árabes, onde prepara uma base de dados do Patrimônio Cultural destruído, que será apresentado na ONU em dezembro de 2008. Em 2003 visitou o Iraque para conferir a destruição, “em nome da democracia”, do patrimônio cultural deste pais. Os Estados Unidos violaram a carta de Haia, de 1954, na qual se estabelece que em caso de conflito os símbolos culturais das nações ocupadas devem ser respeitados e preservados, incluindo os protocolos de 1999 com relação ao tráfico de arte e material arqueológico. “De alguma maneira o governo de George W. Buche atuou como os nazistas, impondo uma nova “cultura“ premeditou as ações . Não é um descuido a destruição cultural deste país. Esta é substimação que tem os Estados Unidos por todas as culturas do planeta”. Como representante do Centro Mundial de Cultura Árabe, Baéz adverte a administração Buch que a ocupação e a recostrução do Iraque é ilegítima. “ O saque de abril de 2003 terá conseqüências penais nos próximos anos. Não me surpreenderia que o Jossef Goebbels da administração Buch, Donald Rumsfeld, termine nos tribunais internacionais respondendo pelo delito de memoricídio contra todo um povo”.


História universal da destruição dos livros - Das tábuas sumérias à guerra do Iraque

Fernando Báez
Tradução de Léo Schlafman
Ediouro
438 páginas

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