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terça-feira, 22 de julho de 2008

Meu caro Rocinante

Caríssimo,

A cada dia que passa me deparo com um número crescente de doutos, doudos, toda sorte de gente.
Vaidosos de todos os naipes, desconhecem os mitos mais simples, não se reconhecem na maçã de Atalanta são vitimas do mais banal ardil. A exemplo a proliferação de "obras raras" anunciadas na web, compram tudo o vêem. Desconhecem o que é um livro - instrumento que consideram sua ferramenta de trabalho - o ano da edição - tradutor - ilustrador - tiragem ... É o mínimo que um mortal precisa saber antes de comprar uma "raridade" feita para imortais . De posse destes dados fica fácil saber se o livro foi encadernado, que tipo de encadernação - à francesa, brochura ou meia encadernação enfim. Conheci, graças a um bardo, esse tipo de falsa encadernação. O método utilizado pelo embusteiro é absurdo, explico passo a passo.
1. O Embusteiro se apropria de um livro encadernado à Bradel.
2. Arranca-lhe as entranhas.
3. Cola no interior de sua capa uma brochura, o requinte de crueldade é tanto que além de guilhotinar ele passa uma tintura para ficar mais "autêntico", conserva os florões, mantém as guardas marmorizadas.
4. Arte - datilografa o título da brochura em um papel amassado e cola no lugar do título.
5. Atira para bem longe o miolo original - quase sempre um almanaque ou um pequeno dicionário de latim.
O que posso dizer aos doutores, nada - pois não sou aquele insensato que os desafiou no templo, só resta me dirigir a sua pessoa.
Meu caro amigo........................

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