A farra do boi é crime. Tradição ibérica mantida pelos descendentes de portugueses e açorianos no litoral de Santa Catarina, a farra do boi sempre foi um caso de polícia. Cenas de maus tratos, e toda sorte de abusos contra os animais, são divulgadas pela imprensa.
Em seu livro - Nossa Senhora do Desterro Memórias - Oswaldo Rodrigues Cabral relata: "além do carnaval, com os seus distritos, o povo se divertia ainda com o Boi na Vara. Uma sobrevivência das touradas à corda, ou do boi solto, que se fazem nos Açores. Lá uma prova de agilidade e uma prova de coragem; aqui, deturpados, um misto de perversidade e corvardia. ..."
A tradição de espancar e maltratar o boi continua, com a imprensa fazendo o seu papel de denunciar e o povo de resistir. Todos os anos, com a repercussão e todo o alarde que se faz, a farra do boi cresce e ganha uma nova roupagem; a farra do boi ganha status , deixa de ser um caso de polícia e passa a ser um caso de resistência cultural. Continua violenta: apaixonados, oportunistas de todos os quilates fazem a farra da imprensa, defendendo ou condenando todos ganham visibilidade - o boi, os farristas, os políticos e os defensores dos animais.
A educação é a única porta, para suplantar a violência e mudar uma comunidade. Não adianta cartaz, roqueiros, ativistas de plantão. Educar para paz e tolerância é o caminho.
Vide CABRAL, Oswaldo Rodrigues
Nossa Senhora do Desterro -
Memória 2 página 203 - O povo se distrai, mas nem sempre se diverte.
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