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sábado, 21 de janeiro de 2012

Em fim o sol igual a cianotipia

O óbvio, sem sol a cianotipia é impossível.
 A sombra  revela os fantasmas, as diabrites, os seres que fogem da luz do sol. A pele destes demônios tem uma textura macilenta, úmida, pegajosa. Quando me encontrava na fase pueril da existência li ávidamente H.P. Lovecraft, e  nunca considerei a possibilidade de me confrontar com os demônios descrito por  ele. Eis que me encontro sentada degustando uma chiabatta, quando um destes seres, me aborda. Respirei fundo, engoli com certa resistência o pedaço de pão e fugi. 
 O demônio correspondia a exata descrição de Lovecraft: sorri, tem um olhar apertado e se insinua., no melhor estilo " oi querida como vai, andas sumida, a quanto tempo não te vejo, sabes quem eu vi aqui..." . O padrão é sempre o mesmo.
Quando o demônio  gordo se apresentou à minha frente travestido de mulher e começou a catilinária, tocou a minha sineta interna e corri. Fechei os ouvidos, tapei os olhos, abandonei a chiabatta e em desabalada carreira cortei o corredor e me refugiei no espaço onde queimavam meus fotogramas. 










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