O Passado é amanhã.
Garopaba circa 1950 |
Quando
o homem do paleolítico sentou-se à beira do rochedo e gravou o registro da sua
passagem na rocha, nos conta como contruía suas
ferramentas – machados de pedra, pedras finamente polidas capazes de cortar,
desenhado e gravando com seus novos recursos
– pedra polida, gordura animal, sangue e
cinza. Este homem certamente não escrevia para o futuro porém ele descreve o
passado.
Visitei as oficinas líticas em Garopa e sua Igreja Matriz, registrei o tempo futuro do passado que virá. Não registrei um modo do tempo verbal, o registro que fiz revela o descaso dos orgãos reponsáveis pela preservação do patrimônio cultural (IPHAN/FCC/Prefeitura Municipal).
oficina lítica |
No
sítio arqueológico não há sequer uma
placa indicando do que se trata, qual a lei que o proteje, quais os cuidados
que um cidadão tem que observar, quando caminha neste espaço.
As
pessoas que circulam neste local, turistas em sua maioria, não tem a menor
noção do que se trata. Todos batem a areia de suas sandálias, contemplam a
paisagem e, o ignoram, por falta mínima de
informação. O Estado sabe da existencia deste e de tantos outros sítios
arqueológicos no nosso litoral, por tanto não custa nada colocar uma placa,
inserir uma imagem na folheteria. Uma simples ação educativa,
seria bem vinda.
Igreja de S. Joaquim - Garopaba |
A Igreja de São Joaquim, localizada no alto
morro, construida em 1846 sobre uma rocha que servia de base para uma das
muitas armações de caça às baleias é a vista mais bonita da baia de Garopaba. Feio foi vê-la fechada prestes a ruir. A torre
lateral parece um grande Golem, torta, se inclinando sobre a igreja.
O Golem
vai despencar na próxima e chuva e soterrará tudo a sua volta; os santos em madeira policromada, tombará a
Igreja literalmente, apagará as inscrições rupestres e a beleza de suas
oficinas líticas.
Quem
é o resposável pelo patrimônio público e sua conservação?
Pergunta boba, é lógico que são os OVINS.
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